segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Madonna em São Paulo - Eu fui

Bom, nem eu sabia que ia. Eis que o ingresso literalmente caiu no meu colo. Esse é o tipo de coisa que não podemos dizer não, até para não irritar os Deus da Fortuna, já que ando precisando tanto deles......



Após uma corrida tranquila de taxi, a entrada foi mais tranquila ainda, sendo que encontrei amigos na porta, aumentando a diversão. Lá dentro, a coisa mais impressionante era a diversidade do público. Ninfetos com menos de 20 anos, que devem achar que 4 minutes é o maior sucesso e ignoram o fato da Madonna ter mais tempo de carreira do que eles de vida, juntavam-se a senhores de seus 50 e 60 anos saudosos daquela loira ousada que conquistou Nova Iorque a décadas atrás. Famílias, solteiros, casados, heterossexuais, homossexuais, jovens, adultos, transformaram o show em um espetáculo sociológico, pois não havia visto até então um público tão diversificado em uma quantidade tão grande.......

Enfim, falemos de show. Paul Oakenfold, conhecido DJ holandês fez a abertura do show, sabiamente mesclando músicas de balada com alguns hits da estrela da noite. Clássicos agitaram a galera, que já começou a pular como se fosse uma rave. muito legal. Só acho que o DJ caprichou mais no início do setlist do que no final, quando a apresentação perdeu parte de sua força, sendo que ao final, ficou um espaço silencioso razoavelmente grande entre o término de uma apresentação e o início da outra.

Mas chegou a hora. Madonna entrou no palco. Loucura total dominou o morumbi, adultos gritavam como histérias adolescentes diante do galã de novela. E eu pude comprovar até onde vai a tara das pessoas por ela. Camisetas personalizadas, compradas, tatuagens, mulheres semi-nuas, deu para ver de tudo no show. Consegui ver até peito e bunda, e olha que eu nem tava no meião, onde ouvi boatos de sexo explicíto. Se algum leitor viu isso, favor comentar.

Madonna entrou sentada em uma cadeira que elevou-se por trás do palco. e os telões foram um show totalmente a parte. A parte gráfica, de luzes e projeções impressionou muito, não sei se até não foi melhor que o do U2....pena que faz muito tempo para comparar. Momentos da carreira da musa foram trabalhados para conversar com a canção do momento, incluindo até mesmo grandes astros, como Puff Daddy e Britney Spears, essa em Human Nature.

Isso tudo sem falar na forma invejável dela. Aos 50 anos, mae, etc etc etc, a mulher dá um cacete em qualquer um da platéia. mexe, pula, rebola, vibra, soca, chuta, cavalga...........minha nossa senhora, ou melhor, ma donna.

O ritmo impressionante não deixou espaço para dúvidas: ela ainda está no topo do jogo dela. O fato do show ter sido focado no último cd, o mediano sticky and sweet, não tirou o mérito do show, até porque como a geração mtv está cansada de saber, música clipe e show são três coisas totalmente diferentes, e não é porque um é bom que o outro também será.

Poucas foram as músicas que os não-fans como eu reconheceram, como 4 minutes, Ray of Light, Like a Prayer, La isla bonita, vogue..........mas isso não importa. As músicas desconhecidas incediram, as conhecidas levaram à combustão espontânea. Pessoas dançavam como em uma rave, com ou sem drogas e bebidas, e pulavam feito pipoca. Nunca tinha visto as pessoas dançando a caminho do banheiro e na volta deste. cada espaço era ocupado de forma expansiva, pois não tinha como ficar parado. E tudo isso chegou ao ápice, ao extase em like a prayer. remixada, a música foi uma verdadeira descarga de energia que não deixou ninguém ficar parado, tamanha foi a intensidade da interpretação e da comoção geral da galera. Este que vos fala foi a verdadeira loucura. Pulei, dancei, me acabei, como nunca me lembro de ter dançado num show. O Final da música foi transcendental. Dai em diante o show para mim foi uma diversão enorme, mas o grande momento ja foi, marcou demais. Letreiros com símbolos da cabala judaica, complementados por nomes de grandes iluminados como Buda, Jesus, Jave, Maomé, Allah apareciam no telão, sendo depois complementados pela melhor frase de todas: DOESN´T MATTER THE NAME. THE LIGHT IS ALL THE SAME (não importa o nome, a luz é sempre a mesma). Animal.

Conclusão: eu não pagaria esse valor para ir a um show. mas fiquei extasiado de ter ido. Se meus comentários sobre o custo permanecem os mesmos, bem como à histeria coletiva, caem por terra quaisquer dúvidas sobre o pique dela, seu momento e a qualidade de seu show.

E a música do dia só podia ser LIKE A PRAYER

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