quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

A primeira vez a gente nunca esquece....rs

OBVIAMENTE estou falando da primeira vez discotecando. Afinal, isso é um blog de música né? rs
Bom, já tinha o gosto pela música, já tinha visto que havia espaço para um DJ da facu, já tinha os contatos com a comissão de formatura, já tinha feito o curso. Só faltava a oportunidade. E a oportunidade não tardou a chegar.
Outubro de 2004. Uma festa da PUC chamada Contagem Regressiva, que seria na boate Z Club, antiga Phoenix. Boate fechada só para nossa festa. Dj Bene aprovado para tocar pela comissão de formatura, mas com uma condição. Que fizesse a abertura, tocasse meia festa. Para mim foi ótimo, pois isso significava que poderia me adaptar ao lugar, esquentar junto com o povo, e depois ir curtir minha glória ou afogar minhas mágoas no Openbar da balada, com meus amigos.
Passei 15 dias antes bem nervosos. Gravando CDs com estilos solicitados. Black, anos 80 e 90, e deixaria no house mais comercial para o outro Dj assumir. Resolvi rever meus cds, ver se eles estavam riscados, ou com algum problema na faixa. Isso significou que passei quase que 15 dias ouvindo "profissionalmente" 3 a 4 horas de música por dia. Nem eu aguentava mais ouvir música....rs
Chegando na véspera, sexta a noite, no meio da aula, a visão começa a ficar embaçada. Suo frio. Meu amigo, Racy, se oferece prontamente para me levar ao hospital. Fomos ao São Camilo, onde o médico me disse que não tinha nada além de Stress! Me deu algum remédio para dormir e fui para casa aliviado.
3 horas antes da festa, eu já estava vestido, arrumado, e com todo meu set pronto. Tinha comprado um phone de ouvido profissional por 150 reais, depois de procurar muito, e um case para 120 cds. Tudo estava pronto. Esse mesmo amigo me pegou em casa e fomos para a balada. Nervoso, eu parecia fora de mim.
Chegando lá, éramos os primeiros. UFA! Após alguma resistência, fui conduzido à cabine de som, onde o equipamento era uma variação do equipamento onde eu tinha aprendido. ALIVIO. coloquei as mão relutantemente nele, como se o som fosse reagir a um estranho, pluguei meu phone, selecionei que a única saída de som fosse no phone e liguei tudo. TUDO LIGADO. TENSÃO. Peguei um cd com uma música que gostava e coloquei. Dei PLAY. aumentei o volume. Eu estava ouvindo. OTIMO. Testei o cd no outro cdplayer. funciona. Resolvi então colocar o som baixo, na pista. tocou. aumentei o som. os funcionarios me olham com curiosidade.
Mais seguro, meus amigos foram passear, beber algo e eu fui colocar, oficialmente a primeira musica. Toquei algo para mim, afinal estava sozinho. TAKE ON ME - AHA. Algo que me tranquilizasse, que me fizesse sentir calmo, relaxado. deu certo. Tranquilo, coloquei algumas músicas inexpressivas em seguida, para esperar o povo chegar. Enquanto isso, pela primeira vez reparei onde estava. A cabine do DJ era SUSPENSA, e se projetava do segundo andar em cima da pista, com chão transparente. As fotos que um dia anexarei comprovarão isso....rs.
Quando tinha umas 30 pessoas, deixei de lado o som lounge e ajustei o som, indo para minha setlist. Detalhe, como não me sentia seguro, fiz de segurança uma lista (previamente testada) de TODAS as músicas que tocaria na balada, marcadas sequencialmente, com nome de cd e tempo de duração. PARANÓIAAAAAAAA. Verdade seja dita, a lista funcionou, não errei sequencias e comecei a curtir a festa. Somente aqueles que sabiam que eu ia tocar iam me procurar e me cumprimentar. Quem não sabia não ficou sabendo. isso ficou claro na minha balada seguinte. O Bom é que só em um momento errei uma troca de música, e acabei, de leve, diminuindo o som de uma música que estava tocando.........rs.
O DJ residente chegou, conversou comigo, foi muito gente boa, e depois de mais um tempo assumiu. MISSAO CUMPRIDA. Deixei meu case, meu phone e minha mochila lá mesmo, talvez por ser o lugar mais seguro da balada, e fui beber com os amigos. Todos me parabenizaram. Aproveitei bem a festa. O Curioso foi que a perfomance mais comentada, foi desse meu amigo, Racy, que bebado, subiu no palco da pista e comecou a rebolar com um charuto na boca. Ele foi o assunto dia seguinte, não eu. De certa forma me senti feliz por isso.
Ficaram as seguintes liçoes:
1) Faça o que for necessário para se sentir seguro nas pick-ups. É bem melhor do que sambar (errar na hora de trocar as musicas, fazendo um samba-do-criolo-doido, como diz minha mãe) e ficar traumatizado.
2) A primeira e a última música são suas. Aproveite.
3) É muito melhor entrar e sair sem ser percebido do que chamar a atenção. DJ que chama a atenção geralmente é porque errou muuuuuuuuito. Chamar a atenção positivamente é só para DJ muito bom, do tipo estrela da festa. Quando voce vai a um lugar e não conhece o DJ, é porque geralmente o DJ é parte da festa, e não a festa em si. Isso é muito importante. Primeiro seja discreto, para um dia ser conhecido.
4) Leve amigos. É sempre bom estar cercado de pessoas que te apoiam incondicionalmente.
Beijos, abraços e até a próxima

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

o curso de DJ

O Curso foi dado em 4 aulas, sempre aos sábados à tarde, no lobby de um prédio comercial, onde foi montada uma mesa de som completa. A turma era menor do que 10 pessoas, composta de gente dos seus 19 aos seus 40 anos. Conhecendo cada um, ficava claro que so uns 4 ou 5 ali tinham reais condições de se tornarem DJ, os outros eram apenas curiosos profissionais.
Lá, recebíamos uma apostila, sendo que cada semana recebíamos as fichas da semana. Havia muita história, com casos práticos, porém eles eram pautados com exercícios interessantes.
Ao aprender a mexer no P.A., ora nos CDJ (cd players especiais de DJ), ora nos toca-discos, cada uma ia vendo sua vocação e afinidade com esse mundinho particular. Montar/ligar/desligar a mesa de som, acertando qual "tocador" ia em qual canal (entrada), de forma que o "tocador" ficasse no seu lado correto, saber instalar e utilizar o microphone, o monitor e o fone de ouvido, etc. Regras de segurança também foram ensinadas.
Na minha opinião, a parte mais interessante de tudo foi ensinar as regras de comportamento de DJs, como se fosse etiqueta, o que incluia até mesmo priorizar os mais velhos em festas misturadas, como casamentos. Mostrar que interesses diversos são conciliáveis foi muito bacana.
Na última aula, cada um faria uma "prova final" na qual exibiria os dons que praticou nas aulas e em casa, se fosse o caso. E cada um teria que votar em alguém como melhor DJ. O Jonatas ganhou. Outro destaque foi a Renata RED, que ganhou esse apelido por odiar a Paula Blue...hehe
Esse dois ficaram sendo meus amigos depois do curso, além dos DJs Ronaldo Gasparian e Diego Beltran, com os quais tive pouco contato.
Para mim, ficou claro que eu poderia ser DJ, e já estava trabalhando contra o tempo para conseguir tocar na festa da comissão de formatura da PUC........

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Como me tornei DJ

No último post, contei um pouco da minha relação com a música, mas ainda não contei como virei DJ.
Voltando um pouco no tempo, sempre gostei de registrar as coisas, guardá-las. Talvez, como diz a música do Paralamas do Sucesso, um pequeno imprevisto:
"Eu quis querer o que o vento não leva
Prá que o vento só levasse o que eu não quero
Eu quis amar o que o tempo não muda
Prá que quem eu amo não mudasse nunca
Eu quis prever o futuro, consertar o passado
Calculando os riscos
Bem devagar, ponderado
Perfeitamente equilibrado
Até que num dia qualquer
Eu vi que alguma coisa mudara
Trocaram os nomes das ruas
E as pessoas tinham outras caras
No céu havia nove luas
E nunca mais encontrei minha casa
No céu havia nove luas
E nunca mais eu encontrei minha casa"
Voltando da digressão, a verdade é que eu gravava em fitas k-7 as músicas que gostava. Aprendi isso com meus primos de São Paulo, que gravavam em fitas coletâneas de cds. Uma das primeiras fitas foi dos Engenheiros do Hawaii, banda que até hoje está entre minhas favoritas.
Assim, com a fita a postos no meu gravador, rádio sintonizada nas estações que eu gostava, esperava começar as 10 mais do dia, para poder gravar aquelas músicas. Até deixava de jogar bola, ir ao judô (especialmente no frio) para gravar minhas fitas. Lembro até hoje de TORN, da NATALIE IMBLUGLIA, que eu não conseguia achar de jeito nenhum, e sempre que conseguia o raio do locutor entrava no meio da música. Mais um dia de vígila.
Com o tempo, conheci um amigo chamado FERNANDO LARA, que sempre foi um gênio da música. Ele é o tipo de pessoa que se tivesse ido a uma edição do QUAL É A MÚSICA, teria ficado milionário. Você cantarolava "...TCCHU.." para ele e ele te dizia que era Marisa Monte, Na Estrada.
E ele tinha CDS e mais CDS com coletâneas, mas nunca marcava nada para distinguir um disco do outro. Como ele tem memória de elefante, com 10 segundos ele sabia que CD era, mas como eu sou mais pragmático e não tenho memória boa, criei nomes para minhas fitas.
Passei no vestibular e em 2000 vim morar em Sampa. Morei na república com um garoto que tinha um gravador de CD. Ele me cobrava um pequeno valor de 2 ou 3 reais e gravava o cd para mim. E lá, gravei meu primeiro CD, entitulado MIX HITS 2000. Que coletânea!
Criei gosto pela coisa, gravei dezenas de cds, dos quais falarei mais para a frente, e meus cds eram apreciados pelos amigos, nas festas e churrascos. Todos me pediam cópias. E isso fazia eu me sentir especial, entendedor de música. Sempre fiz as cópias com o maior prazer.
Lá pelo quarto ano da PUC, durante um churrasco da comissão de formatura, o DJ deu cano e não apareceu. E me disseram para subir lá e tocar. Sem meus cds, sem conhecer o equipamento e sem segurança, não fui aquele dia. Mas a idéia ficou na cabeça. E naquele mesmo ano, tive uma grande decepção profissional. Um escritório para o qual tinha me dedicado inteiramente me tratou como um indigente quando aconteceu um problema, e pedi minhas contas.
Essa decepção gerou a famosa "crise do 5 ano", crise profissional que todo estudante de Direito passa, mais dia menos dia. E minha crise me levou a fazer um curso de DJ. Na PUCCI, um dia, vi como um bom DJ fazia a diferença. E subi para conversar com ele. Diego Beltran, excelente profissional, ficou trocando idéia comigo e me falou do curso que ele e outro DJ famoso, Ronaldo Gasparian, ministravam. RadioDJ. E lá fui eu me tornar o DJ BENE!
Outro post falamos do curso, dos meus CDs e das minhas experiências como DJ.
Beijos e abraços.

Porque!

Se ontem o tópico foi o O QUE, sobre o que esse blog fala, hoje tem o porque!

Sempre fui apaixonado por música. Sempre a música esteve presente na minha vida.
Usando as palavras de Rob Gordon, personsagem da ficção ALTA FIDELIDADE, de NICK HORNBY (excelente livro, excelente filme, estupenda trilha sonora, ótimas atuações.....), posso organizar meus discos de maneira autobiográfica, nem cronológica, nem alfabética....rs......só um maluco por música pode fazer algo assim.

Comecei tocando flauta doce no colégio. Era bom nisso, mas achava chato, limitado. Em casa, sempre tinha minha mãe ouvindo MPB4 e meu pai me levando para feiras de discos usados. La me lembro de comprar um bolachão que marcou meu gosto musical para sempre: A-HA, Stay on these roads....

Viajei ao Canadá em 1997 e me apaixonei perdidamente pela Liv Tyler no filme THE WONDERS, O SONHO NÃO ACABOU. Como ela se apaixonava por um baterista, resolvi que seria baterista, aos meus 15 anos. Voltando ao Brasil, tive total apoio materno e certa desconfiança paterna. Me matriculei em um curso sem ter o instrumento. Meu professor, Jonas, era um cara legal, mas que curtia mais exibir seu talento do que propriamente ensinar. Mas aprendi o chá-com-pão (batida básica....rs) e alguns outros truques. Quando tirei a musica THAT THING YOU DO, do filme que contei, fiquei extremamente feliz comigo mesmo. Titãs, Tears for fears, entre outros, fizeram parte do meu repertório.

Apressado, como quase sempre faço, me precipitei para achar uma banda, que tivesse bateria mas não baterista.......hahahahhaa.....o pior foi que achei. Bruno, excelente violonista e músico em geral, colega de Anglo, me deu uma chance. Infelizmente, minha técnica era muito básica para o som mais blues dele......e acabei não durando com a banda. acontece. Mas ele acabou gravando uma música que compûs, DARE TO COMPARE, e no show da escola, chamou a banda de OS AMIGOS DE DITÃO (eu no caso) e cantava um hit que era em minha "homenagem". Se conseguir, trago a letra aqui, é bem divertida.

Minha carreira de baterista acabou com o vestibular e a mudança para São Paulo. Se não tinha espaço para guardar minhas roupas, que dirá uma bateria, que nem sequer tinha comprado, e não tinha nenhuma grana para comprar?

Minha próxima fase como "músico" fica para o próximo post.

abs e bjos.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Day One

Ola amigos

Resolvi criar esse blog para registar meu lado DJ e criador de seleções e setlists dos mais variados temas, bem como opinar sobre um disco interessante, novo ou velho, tecnologia musical, discotecagem, casas de shows e tudo relacionado a um ramo que amo muito: MUSICA.

Abraços e Beijos