terça-feira, 4 de março de 2008

Coluna 12: Bob Dylan – Modern Times

Bob Dylan – Modern Times


2006 parece ser mesmo um ano de grandes retornos. Desde o retorno do Superman nos cinemas, passando pelo retorno de Peter Pan na literatura, chegando ao retorno dos monstros da música Bob Dylan e Eric Clapton. Hoje falamos de Dylan, Clapton em breve.

5 anos após ganhar o grammy com seu último álbum, Dylan retorna em grande estilo com seu Modern Times. Dylan não envelhece, Dylan não perde a pegada. A faixa 5, “Someday Baby” deixa isso claro. A maturidade do pensamento encontra o inconformismo da juventude nessa letra simplesmente genial, com uma levada blues de deixar os fãs do gênero de boca aberta.

Às vezes blues, às vezes folk, sempre rock e raramente pop, Modern Times é 100% Dylan. Longe de ser mais do mesmo, é uma compilação de belas canções com letras precisas, aperfeiçoadas nesses 5 anos de ausência.

O simples fato de não ser igual a nada anterior, mas de não deixar dúvidas quanto à sua autoria, autentica a qualidade dessa obra, que muda conceitos. Quando se pensa em Bob Dylan, imagina-se o ativista político das décadas de 60 e 70 com seu “Hurricane”, que embalou até um filme homônimo. Mas agora deve-se pensar na atualidade dos tempos modernos de Dylan, com o perdão do trocadilho, pois encara o mundo que o cerca como quem já viu e viveu demais para dar muita bola para a mediocridade reinante.

Dylan sabe tanto o que está fazendo, que produz seu próprio disco sob um pseudônimo, Jack Frost. Parece que sobra talento para uma personalidade só, tamanha é a experiência adquirida em mais de 50 anos e mais de 40 álbuns. Grandes números para uma verdadeira personalidade do mundo da música.

Ouvir Modern Times traz uma tranqüilidade à alma, cansada de trombar com os Justins Timberlakes da vida, toda essa sujeira musical sem identidade ou personalidade, fadada ao esquecimento instantâneo.

VIBE é saber viver o mundo ao seu redor à sua maneira. E Modern Times é isso, é identidade firmada em um mundo de conceitos difusos e aparências enviesadas. Muita VIBE à todos, na eterna modernidade de Dylan, e até a próxima.


VIBE HINTS: Já nas bancas o maior fenômeno editorial musical do Brasil: a revista Rolling Stone versão tupiniquim chegou querendo ficar. Vale conferir.

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