terça-feira, 4 de março de 2008

Coluna 13: Show do Black Eyed Peas, Arena Skol, 11/11/2006

Coluna Especial – Show do Black Eyed Peas, Arena Skol, 11/11/2006

O ano de 2006 foi, talvez, o maior ano em termos de shows internacionais, como nunca se viu em terras tupiniquins. O ano todo foi repleto de atrações internacionais, de todas as linhas e estilos, para delírio dos fans e dos promoters. Para citar alguns: U2, Rollings Stones, Underworld, New Order, Jamie Cullum, G3, Fat Boy Slim, Franz Ferdinand, Cardigans, Daft Punk, Bob Sinclair, The Yeah Yeahs, Beastie Boys, Simple Plan, The Cult, o habituitee B.B. King, Patti Smith, Jamiroquai, Ziggy Marley, Deep Purple... enfim, a lista parece não acabar.

Talvez isso justifique o pouco alarde dado à vinda da banda americana Black Eyed Peas em sua segunda passagem no país, uma vez que se viu pouca mídia, e comprar ingressos foi uma facilidade (5 minutos na fila do pacaembu, por causa de um jogo do dia), o extremo oposto da batalha caótica do show do U2 por ingressos.

Uma noite fria em novembro, Negra Li abrindo o show, dando a impressão que seria dado um foco totalmente Black Music ao evento, famílias reunidas, muitos casais, famosos de plantão e o show começa as 22:40.

Começando morno, o show ganha contornos de evento pop após 3 músicas, com o primeiro hit, SHUT UP, que logo anima o público, com direito à uma atuação canastrona da Fergie na música, com a mesma executando acrobacias, com estrelas de uma mão segurando o microfone na outra, para delírio dos fãs.

O que era para ser um show pop, no entanto, foi se transformando em um show de boa música, eclética, quebrando os paradigmas de black music, com momentos rock (sweet child of mine, surpreendente na voz e atuação da Fergie, solo), world music (com uma musica filipina), jazz (solo de trrumpete), saudosista (uma adaptação de hotel califórnia), e muita energia o tempo todo.

Os próprios hits da banda (todos tocados, incluindo o disco solo da Fergie) vieram acompanhados de improvisos e interpretações, enriquecendo o show e superando as expectativas de muitos, inclusive do seu colunista de plantão, impressionado com a genialidade de Will.I.Am, com a beleza e voz potente da Fergie (as reboladas em My Humps deixaram os homens exalando testosterona), e a energia e musicalidade dançante de todos.

A noite ainda foi coroada por uma constante declaração de amor à São Paulo e ao Brasil, com citações em diversas músicas, mote das declarações on stage dos membros da banda e inclusive na letra improvisada em Hotel Califórnia, quando eles disseram que um dia se mudam para Brasil, e para São Paulo, não para o Rio, para delírio dos paulistanos.

Enfim, muito mais VIBE e muito menos comercial do que se imaginava, quebrando preconceitos e mostrando que o pop pode sim, ser berço e lar de músicas de primeira linha. Muita VIBE a todos e até a próxima.

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