terça-feira, 4 de março de 2008

Coluna 10: O Diabo Veste Prada – Trilha sonora

Coluna 10 – O Diabo Veste Prada – Trilha sonora


A moda das trilhas sonoras teve um grande início, com “Os Embalos de Sábado a Noite”, que vendeu mais de 50 milhões de cópias. Infelizmente depois disso, as trilhas sonoras raramente refletiam o espírito dos filmes que representavam, salvo raras exceções, geralmente de composições clássicas, como John Williams (Poderoso Chefão, Superman, Star Wars, Indiana Jones, entre tantos outros).

Uma reviravolta aconteceu em meados de 90, revitalizando o gênero das trilhas sonoras, que começaram a fazer parte da experiência total do filme, prática quase de sinestesia, uma vez que a força das imagens era reforçada pelo impacto de grandes trilhas, e ai por diante. Tal prática atingiu seu ápice com a trilogia Matrix, que explorou todas as mídias possíveis para a plenitude da experiência matrix (cinema, vídeo, trilha sonora, vídeo game, anime, livros, etc).

Pois bem, tudo isso para dizer que esse colunista não via há um bom tempo, uma trilha que refletisse tão bem o espírito de um filme como O Diabo veste Prada. Mais do que trazer composições encomendadas ou personalizadas, o álbum traz várias músicas, que variam do pop, ao lounge, passando pelo rock, tais como os acessórios dos figurinos usados no filme e que chamaram tanto a atenção.

Como os acessórios, as músicas são combinadas com estilo e personalidade, criando um mix de composições que surpreendentemente reflete uma harmonia única entre artistas como Madonna, Moby, Mocean Worker, U2, Jamiroquai, Alanis Morissette, entre outros mais cults. É o velho dando vida ao novo.

Essa identidade musical reforçando o tema do filme fica evidente já na primeira faixa, com VOGUE da Madonna. Vale lembrar que esse filme é tido como um retrato da revista homônima estadunidense. A obviedade da trilha é quebrada logo na seqüência com uma banda razoavelmente desconhecida, Bittersweet, de vocal nostálgico e clima Noir. Quando o ouvinte não sabe mais o que esperara, é surpreendido pelo U2. E assim por diante.

Não restam dúvidas de que a trilha quis agradar a todos os gostos, com variedade e sofisticação. Não é cult nem pop, e sim uma bem tramada combinação de ambos, refletindo o brilho de um filme capitaneado com majestade pela Merryl Streep. Bom para uma recepção, bom para deixar no carro, esse agrada a gregos e troianos sem perder a identidade. Muita VIBE a todos e até a próxima, na sua coluna favorita.



VIBE HINTS: Bob Sinclair confirmado para novembro em sampa, no UNIQUE.

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