terça-feira, 4 de março de 2008

Coluna 9: Entendendo a Onda Revival

Coluna 9 – Entendendo a Onda Revival

Independente do estilo de música favorito do Leitor, a verdade é que todos já se depararam com grandes clássicos sendo re-formatados ou mesmo voltando à moda em sua roupagem original. Falamos por cima do tema quando abordamos os remixes de clássicos, mas o tema merece um carinho especial, ganhando essa nova coluna. Hoje vamos falar dos chamados Revival.

To Revival não significa nada mais nada menos do que Reviver, encerra em seu nome a sua própria definição. Traz de volta ao palco aquilo que já foi sucesso um dia. Não se trata somente de valorizar uma época, como uma forma fashion de manifestar seu gosto diferenciado. Isso é o que chamam de Vintage, se é que entendi bem o conceito. O Revival implica em toda a experiência ser revivida, trazendo de volta modas, costumes, palavras, roupas e, principalmente, a música de uma época.

Esse movimento começou a ser notado na década de 80, quando toda a força do som puro e até, digamos, inocente, de bandas como os Beattles, ganhava novamente força, e novos adeptos engrossavam as já extensas fileiras, impulsionando as carreiras solo de Paul e George, que ficaram ativos até a década de 90.

O movimento, porém, pôde ser melhor vislumbrado nos idos de 90, com a moda Disco dos anos 70 voltando com tudo. Bandas como Village People, cantores como Gloria Gaynor e Diana Ross brilhavam uma vez mais.

Agora já é perceptível a invasão dos anos 80, que voltaram à tona com as festas bregas (SP) e “plocs” (RJ), nos quais os astros viraram motivos de escracho. Além do escracho, existe a abordagem saudosista, que ressuscitou várias bandas de rock nacional, que a molecada pensa serem novas.

O Leitor provavelmente já sabe de tudo isso, mas o porquê ainda é o mais interessante. Sociólogos de plantão poderiam dizer que tais movimentos nada mais são do que apenas uma faceta da eterna alternância sócio-cultural entre reforma e contra-reforma, e que isso acontece em todos os campos, religioso, cultural, social, político, etc.

Ainda que essa seja uma explicação interessante, tendo em vista o pequeno tempo decorrido (em média 20 anos), parece que temos uma explicação bem mais simples: o jovem que ouvia na rádio (naqueles tempos era assim) um sucesso guardava na memória aquela música como sendo uma marca registrada de sua infância e juventude. Em 20 anos, esse jovem já é um profissional com sua vida encaminhada, e com condições financeiras de resgatar memórias que lhe são agradáveis, memórias de tempos mais simples e divertidos. E como toda demanda exige uma oferta, esse movimento musical cíclico acompanha essa virada de mercado, oferecendo “novos” discos, filmes, baladas e até mesmo livros.

Para o leitor VIBE, isso significa estar ligado na próxima virada, que será a dos anos 90, com o eurodance invadindo uma vez mais as pistas. Vai ser o segundo tempo das estrelas Nicky French, Desiree, Double You, Seal, Los Ladrones Sueltos, Ace of Base, entre tantos outros. Muita VIBE a todos, hoje com Bizarre Love Triangle, do New Order e amanhã com Happy Nation do Ace of Base. E até a próxima.

VIBE HINTS: Tim Festival vem aí

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