sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Como me tornei DJ

No último post, contei um pouco da minha relação com a música, mas ainda não contei como virei DJ.
Voltando um pouco no tempo, sempre gostei de registrar as coisas, guardá-las. Talvez, como diz a música do Paralamas do Sucesso, um pequeno imprevisto:
"Eu quis querer o que o vento não leva
Prá que o vento só levasse o que eu não quero
Eu quis amar o que o tempo não muda
Prá que quem eu amo não mudasse nunca
Eu quis prever o futuro, consertar o passado
Calculando os riscos
Bem devagar, ponderado
Perfeitamente equilibrado
Até que num dia qualquer
Eu vi que alguma coisa mudara
Trocaram os nomes das ruas
E as pessoas tinham outras caras
No céu havia nove luas
E nunca mais encontrei minha casa
No céu havia nove luas
E nunca mais eu encontrei minha casa"
Voltando da digressão, a verdade é que eu gravava em fitas k-7 as músicas que gostava. Aprendi isso com meus primos de São Paulo, que gravavam em fitas coletâneas de cds. Uma das primeiras fitas foi dos Engenheiros do Hawaii, banda que até hoje está entre minhas favoritas.
Assim, com a fita a postos no meu gravador, rádio sintonizada nas estações que eu gostava, esperava começar as 10 mais do dia, para poder gravar aquelas músicas. Até deixava de jogar bola, ir ao judô (especialmente no frio) para gravar minhas fitas. Lembro até hoje de TORN, da NATALIE IMBLUGLIA, que eu não conseguia achar de jeito nenhum, e sempre que conseguia o raio do locutor entrava no meio da música. Mais um dia de vígila.
Com o tempo, conheci um amigo chamado FERNANDO LARA, que sempre foi um gênio da música. Ele é o tipo de pessoa que se tivesse ido a uma edição do QUAL É A MÚSICA, teria ficado milionário. Você cantarolava "...TCCHU.." para ele e ele te dizia que era Marisa Monte, Na Estrada.
E ele tinha CDS e mais CDS com coletâneas, mas nunca marcava nada para distinguir um disco do outro. Como ele tem memória de elefante, com 10 segundos ele sabia que CD era, mas como eu sou mais pragmático e não tenho memória boa, criei nomes para minhas fitas.
Passei no vestibular e em 2000 vim morar em Sampa. Morei na república com um garoto que tinha um gravador de CD. Ele me cobrava um pequeno valor de 2 ou 3 reais e gravava o cd para mim. E lá, gravei meu primeiro CD, entitulado MIX HITS 2000. Que coletânea!
Criei gosto pela coisa, gravei dezenas de cds, dos quais falarei mais para a frente, e meus cds eram apreciados pelos amigos, nas festas e churrascos. Todos me pediam cópias. E isso fazia eu me sentir especial, entendedor de música. Sempre fiz as cópias com o maior prazer.
Lá pelo quarto ano da PUC, durante um churrasco da comissão de formatura, o DJ deu cano e não apareceu. E me disseram para subir lá e tocar. Sem meus cds, sem conhecer o equipamento e sem segurança, não fui aquele dia. Mas a idéia ficou na cabeça. E naquele mesmo ano, tive uma grande decepção profissional. Um escritório para o qual tinha me dedicado inteiramente me tratou como um indigente quando aconteceu um problema, e pedi minhas contas.
Essa decepção gerou a famosa "crise do 5 ano", crise profissional que todo estudante de Direito passa, mais dia menos dia. E minha crise me levou a fazer um curso de DJ. Na PUCCI, um dia, vi como um bom DJ fazia a diferença. E subi para conversar com ele. Diego Beltran, excelente profissional, ficou trocando idéia comigo e me falou do curso que ele e outro DJ famoso, Ronaldo Gasparian, ministravam. RadioDJ. E lá fui eu me tornar o DJ BENE!
Outro post falamos do curso, dos meus CDs e das minhas experiências como DJ.
Beijos e abraços.

Um comentário:

Unknown disse...

Estou impressionada com a forma de como você se tornou um DJ, ou melhor, o DJ BENE !
Afinal nunca se passou em minha cabeça encontrar um DJ Advogado.. rsrs !
continue sempre assim moço, fazendo do que você gosta, uma forma de lazer pra você e para os seus amigos !
enormes beijos de Priscilla Roufe !