domingo, 19 de setembro de 2010

Show do Scorpions em Sampa

Depois de ficar quase 2 anos em ir em shows internacionais, fui ao show dos Scorpions graças a um amigo: Valeu RAFA! E não poderia ter sido melhor!

Com pontualidade Germânica, os Scorpions entraram no palco as 10:28, menos de meia hora após do horário marcado, e tenho certeza que só "atrasaram" por conta da desorganização do Credicard Hall para a entrada dos fãs. Mas foi só a banda entrar que qualquer má impressão ficou para trás. Certamente, quem acha que alemão é frio não conhece Klaus Meine.

Chegou chegando. Não tem como descrever de outra forma. O início, com Sting in the Tail, música que dá nome ao álbum e à turnê de despedida, mostrou claramente a que veio a banda: fazer a platéia, composta de adolescentes à velhinhos, sacudir as cabeças e agitar as mãos no ar, gritando a plenos pulmões. E foi isso que aconteceu, nas quase 2 horas de show, que nem teve banda de abertura. E nem precisou.

Enquanto evento, não parecia um show de rock. Parecia uma pregação religiosa, com Klaus Meine sendo o pastor principal, acessorado por seus asseclas (no que pese ter sido o guitarrista Rudolf Schenker o mais velho da banda de quase 50 anos de estrada). Klaus pregava para uma multidão de fiéis, que entoava seus cânticos com fervor e determinação, em uma só emoção, dedicada ao Rock n Roll. Ou Rock n Roll forever, como tatuado em letras garrafais nas costas de Kottak, o baterista showman, que teve destaque em um belo solo e em um vídeo em que representava a capa de alguns dos principais entre os 20 discos de estúdio da banda, arrancando risos da platéia de fiéis.

Confesso que eu sou um dos conhecedores das músicas mais clássicas da banda, e não um fã de carteirinha. Mas quando soube que o tour de despedida passaria pelo Brasil, coloquei na minha cabeça que tinha que ir de qualquer maneira. E só entendi quando estava lá, recém iniciado nas tradições scorpianas, cantando o refrão de sucessos recém descobertos, como Holiday e The Zoo, além das músicas do novo CD, que eu cansei de escutar para o show, como The Best is Yet to Come e Raised on Rock.

Mas Wind of Changes, com a introdução de algumas frases que remetem à fase sócio-política na qual a obra-prima foi concebida, foi de arrepiar. Fisicamente arrepiar. Essa foi a sensação causada em mim. E aposto que nos outros também.

Impressionante foram os agudos de Klaus, do alto de seus 65 anos, dignos do melhor rockstar em seu auge. Solos de Guitarra, Baixo e Batera davam a impressão de estar vendo o show da melhor banda de rock da atualidade. E todos gentis com seu público, simpáticos, e donos de uma energia absurda.

E sem deixar a vibração cair nem um segundo, a banda conduziu o público através de uma experiência única, do show perfeito, ainda que eu tenha sentido falta de Send me an Angel, Love will keep us alive e Game of Life, eu não mudaria nada do que eu vi. Pelo contrário, como disse minha esposa, quero ir de novo hoje, ver os senhores de quase 70 anos me fazerem sentir como um adolescente empolgado de novo.

E no bis, a justíssima homenagem às duas principais músicas que transformaram a banda em uma das melhores do mundo: Still Loving You e Rock You Like a Hurricana, cantada em uma só voz pelos milhares de fãs.

Foi o show de rock perfeito, que fez quem esteve presente no credicard hall discordar da música que encerrou o disco e foi sublimente tocada pela banda, que "o melhor ainda está por vir" (The Best is Yet to come), pois acredito que dificilmente verei muitos shows de rock como o que vi ontem. Obrigado Scorpions.

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