sexta-feira, 23 de julho de 2010

This is It - Michael Jackson

Dia 16 de julho desse ano, a Warner resolveu exibir o documentário This is It, que era o nome da turnê de despedida de Michael Jackson. Era, porque ele morreu menos de 3 semanas antes do primeiro dos 50 shows agendados - e totalmente vendidos, que poria fim à suas dívidas, e seria a derradeira despedida de MJ da carreira mais bem sucedida do show business.

Apesar de ver na tv, sem os recursos audio visuais de um DVD, assistir ao material dos últimos momentos foi emocionante. Talvez porque eu seja fã, já que um casal de amigos dormiu assistindo. Mas muitas coisas ficaram claras no material que deveria ser o extra do DVD dos shows.

Michael desistiu de tentar criar sucessos como aqueles que havia criado. Ao invés disso, convocou os melhores para ajudá-lo a REFAZER seus grandes sucessos. Uma nova visão, inteiramente repaginada, dos sucessos que deram a cara dos videoclips, das coreografias e das músicas pop por décadas. Novos arranjos. Novas gravações. E tudo ao vivo. Não haveria playback, talvez como plano B de segurança, mas a idéia era fazer tudo ao vivo. Permitir que os sortudos da platéia revivessem cada passo de seu astro. E quando digo cada passo, significa desde os tempos de menino, de Jackson 5, pois até um cenário especial e as coreografias já estavam prontos. Nunca tinha visto ele voltar aos seus tempos de criança, quanto mais em um show recente.

Tudo de mais recente da tecnologia estava sendo usado. Thriller, regravado em 3D, em novo cenário, com novos atores. Smooth Criminal, minha favorita, trazia uma interação palco-telão, com cenas editadas em preto e branco de um filme com Humpfrey Bogart. Uma grua moderna no palco içaria MJ às alturas. E seus dançarinos seriam expelidos por plataformas ocultas no palco.

E por falar em dançarinos, estes são um capítulo à parte. O Diretor explica: os dançarinos tem que ser uma extensão do corpo do Michael. E por isso os testes reuniram milhares de pessoas de todo o mundo, em testes individuais e coletivos para deixar poucos escolhidos. E vê-los dançar juntos dá a real resposta de porque MJ morreu: ele era o ídolo que fez todos quererem dançar, mas todos em sua plena forma aos 20 e poucos, e ele com a saúde debilitada aos 50. Ele não queria destoar, parecer menos que os outros. E nem poderia. E isso justificou a carga insana dos ensaios.

E insanos eram os ensaios de todos, inclusive dos músicos, vistoriados (e corrigidos) de perto por Michael, que até para dar bronca era bonzinho. Insistente, perfeccionista, mas gentil.

Sinceramente, dá tristeza ver o documentário. Tristeza e saudades. Tristeza porque esse show colocaria a parafernalha de Bono no chinelo. Faria Madona se inspirar. Deslumbraria um mundo já entediado de mais do mesmo. Saudade porque evidencia a falta de Michael e o ainda vazio espaço que ele deixou. Tristeza e saudade de ver, pela derradeira vez, a carreira de Michael ter o seu real e verdadeiro tributo, tributo este que nunca será exposto ao público.

This is It podia ser chamado de This is Michael. Porque era isso aí: o tributo definitivo que esse mundo não verá ao polêmico astro que tinha nos holofotes e nos palcos a sua verdadeira casa, seus verdadeiros amigos, sua vida; tendo MJ se despedido da forma que sempre viveu: planejando surpreender o mundo uma última vez. E surpreendeu.

Um comentário:

Anônimo disse...

curti, longa vida ao grande MJ