terça-feira, 14 de julho de 2009

A história do Violão

Tenho uma história curiosa para dividir com meus leitores hoje.

Querendo fazer uma surpresa para alguém muito especial, resolvi que iria aprender a tocar uma música específica - PENSANDO NELA - ROUPA NOVA - no violão. Que fique claro, não disse que iria aprender a tocar violão, e sim que tocaria 1 música.

Sem dúvida que meu """"sucesso""""" (sim, muuuuuuuuuuitas aspas) no Guitar Heroe, me fez acreditar que eu conseguiria, não importando o fato de eu não saber tocar nem sabão cra cra, que foi a primeira música que eu tentei tocar.

Ao lado da minha casa tem um professor de música, o que facilitava o acesso e protegia a surpresa. o valor de 25 reais por aula tava dentro do que eu podia gastar e achei que era uma boa.

Tuca é o nome de meu professor. Sempre que eu chegava para fazer aula, ele estava de bermuda fazendo abdominal ou jantando as 6 da tarde. Muito habilidoso com o violão na mão, ele mais parece aquele músico desconectado do resto do mundo. Offline total, nem conta em banco ele tem.

Enfim, começando as aulas (1 por semana, tinha 3 meses para aprender algo), percebi que sem praticar eu não conseguiria. Comprei então um violão chinoca, no submarino, por módicos 99 reais. Fraquinho de tudo, cordas ruins, desafinado e com sonoridade bem pobre.....não que eu merecesse algo melhor. Agora eu tinha um novo problema: onde raio esconder algo daquele tamanho? O porta-mala do carro foi a solução provisória, e eu ainda poderia dar uma canjinha o tempo todo...hahahahaha

Fui mal pacas. não guardei nenhum acorde. só o A, o D e o Em. A música que eu queria tocar, tem 8 acordes, com troca a cada batida. Simplismente inviável. Após 90 dias, ficou cristalino que eu não tinha a menor chance. Solução: escolher outra música que fosse acessível às minhas habilidades de violonista.

Bom, depois de muito tentar, caímos em um clássico do rei: COMO É GRANDE MEU AMOR POR VOCÊ. Exatamente os acordes que eu sabia, trocas de 4 e 2 batidas, ritmo lento, letra fácil de guardar. Com pesar, abandonei meu propósito original, e me dediquei a decorar e interpretar a música.

Passados os 3 meses, outras músicas até que entraram no repertório de tentativas, que já daria um disco bem estranho: Sabão Cra Cra, Three Little Birds, Radio Pirata, Era um garoto que como eu, Sabado de Sol, Whisky a go go, Smoke on the Water, Velha Infância.

Chegado o grande dia, aluguei um violão elétrico e os equipamentos (tudo ficou em uns 250 reais que não esperava gastar, mas até aí já tinha ido longe demais para desistir), liguei tudo na mesa de som do DJ e ao final da festa, fiz essa surpresa.

Embora soubesse a letra de cor o suficiente para tocar interpretando, tinha tomado cerveja e refrigerante gelado a noite toda, o que me fez ficar com uma voz de pato rouco insurportável. Puta bola fora. Mas enfim, o que contou foi o gesto.

Tirei férias, viajei, voltei e encontrei meu velho violão Chinoca. Totalmente quebrado de grana, não dava para tomar aulas agora, então preferi deixar o violão quieto, sendo que esses dias surgiu uma proposta de compra dele. E hoje vou entregá-lo ao possível comprador, para que ele avalie.

Se ele for vendido, quem sabe, futuramente, compre um bom violão e aprenda a tocar direito. Enquanto isso fico com uma saudadezinha dos dias em que consegui tirar um som só com meus dedos e um violão.

Música do dia: Pensando nela.

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