terça-feira, 4 de março de 2008

Coluna 3: Timeless

TimeLess – Sérgio Mendes

De tempos em tempos, algum artista, conhecido ou não, revoluciona seu próprio som, e acaba mexendo com o mundo da música. Geralmente o recurso de misturar um som originado em alguma parte do mundo a outro de forte apelo comercial traz esse resultado. Jobim cantando com Sinatra a sua Garota de Ipanema, Sérgio Mendes colocando uma ponta de samba na música dos Beatles na década de 60, e o inesquecível Supernatural de Santana, quando o Clapton latino desfia seus acordes ao lado de grandes nomes do Pop Rock mundial e outras revelações (incluindo o Clapton original).

Agora é a vez de Sérgio Mendes voltar à tona, com o já cult Timeless, onde desfia seu talento como pianista formado na nata da bossa nova com grandes nomes da cena Pop Internacional, como Justin Timberlake, Eryka Badu e, é claro, Black Eyed Peas. Aliás, a banda da maravilhosa Fergie e do talentoso Will.I.Am dá um verdadeiro show na clássica tupiniquim Mas Que Nada, esbanjando o swing da banda norte americana, magistralmente liderada pelo mestre Mendes. Ela conseguiu elevar um nome da bossa nova brasileira ao patamar de ídolo cool norte americano, merecendo até citação no filme Be Cool com John Travolta, que leva seu encontro para ver Mendes tocando com o Black Eyed Peas. Coincidência? Muito pelo contrário, tendência.

Mais que um revival, tema que merece um dia só seu, Timeless é reinvenção, releitura, renovação. Timeless é o encontro do Jovem na moda, apresentando seu Black Eyed Peas, com seu Pai, saudoso dos bons tempos da boa e velha bossa de Sérgio Mendes. E um encontro que ambos ficam maravilhados com o outro lado da cerca. É prova viva que a boa música a tudo supera, incluindo a batalha de gerações, conceitos e pré-conceitos. Se não for fanático por bossa e mpb, vale conhecer. Se for, vale se esbaldar. Tudo, é claro, com muita VIBE. E até a próxima.

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