terça-feira, 4 de março de 2008

Coluna 2: Por que ser DJ?

POR QUE SER DJ?

Coluna de música é sempre igual. Fala de Banda, analisa CD, comenta show, mas o leitor nunca ultrapassa essa barreira, nunca fica lado a lado com o colunista, suas idéias e suas histórias. Então, como essa é a sua coluna VIBE, hoje vamos falar das razões que levaram um advogado formado e empregado, a virar DJ e não ter abandonado a idéia até hoje, se transformando, inclusive, em seu colunista favorito. De qualquer modo, prometemos voltar às colunas de análises posteriormente.

Antes de mais nada, ser DJ não acontece por acaso. É fruto de muita paixão pela música, insistência e dedicação. BLA BLA BLA, e o que não é assim, perguntaria o leitor indignado? Vamos falar a verdade, um dia na balada lotada, você nota, sem querer, a habilidade do DJ trocar e tocas as músicas. Como ele te levou de “Total Eclipse of the Heart” para “Hey Ya!” sem você perceber? E de repente você se vê ao lado dele, e percebe que a balada gira em torno dele, que ele é o astro maior. E começa a ficar com vontade de estar do outro lado das pick-ups (banheiro limpo, assédio popular, ninguém te dando cotoveladas, etc.) e, o que é muito melhor, fazendo a galera enlouquecer com a SUA música.

Quando entra em um curso de DJ, te avisam, nunca mais será a mesma coisa ouvir música, em especial música de balada. Você sente vontade de ir em frente. E vale a pena, pois vira quase um crítico profissional dos seus agora colegas. Aprende-se a ouvir tecnicamente o som. E chega o momento em que as pick-ups finalmente são suas, você É a balada, seu sucesso e seu fracasso. Você sente na pele toda a energia, contagiando, intoxicando, reverberando. E tem que saber acalmar e incendiar a multidão. Dá medo, frio na barriga. É uma delícia. Mas cansa, como todo trabalho, como todo o esforço, pois demanda preparação, concentração, atenção.

Vale lembrar que o bom DJ raramente é notado. O DJ medíocre é notado às vezes e o DJ incompetente sempre é notado e aparece demais. Somente o DJ excepcional é notado, por seu feeeling da festa, sua habilidade de tocar as emoções da platéia utilizando-se de poesia alheia em forma de sons e sensações.

Infelizmente, o DJ é um profissional muito vaidoso, e não rara às vezes em que cai na tentação de virar estrela. E daí esquece do que o seu público sente, focando somente na sua vontade. Nessas horas que aparece o DJ anônimo e restaura a alegria do evento, sendo este preferível ao grande nome, que toca só para si. Todos já viram casos assim.

Virei DJ para trocar energia mais do que trocar discos; mixar emoções através da escolha das músicas, bem como espalhar meu gosto musical. E quando tudo isso dá certo, a sensação de bem estar é indescritível, um verdadeiro estimulante natural, vindo da música e das pessoas para quem a música está sendo tocada. Ser advogado e DJ ao mesmo tempo é mistura da loucura e da sanidade, razão e paixão. Cabe ao leitor decidir qual é qual. Muita VIBE e até a próxima.

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