terça-feira, 4 de março de 2008

Coluna 17: rhytmins del mundo

Caros Leitores,

Escrever sobre música é fácil. Extremamente. Difícil é escrever sobre música para um público de leitores seletivos, como aqueles que procuram esse canal e sua coluna favorita. E esse desafio, de sempre trazer algo novo, diferente do que está na sua revista semanal predileta, tem sido incrivelmente enriquecedor e gratificante.

Uma das pérolas encontradas na busca foi o atualíssimo Rhythms Del Mundo, da banda cubana Buena Vista Social Club. Embora o álbum seja do final de 2006, só há poucas semanas atingiu os círculos cult da música internacional. E por isso ganha destaque na sua Vibe Onne.

Como o nome já dá a entender, o álbum é uma inteligente e divertida mistura de ritmos e canções, viajando ao longo do tempo e da distância, percorrendo canções eternas e novos clássicos. Várias das canções, especialmente as mais recentes, trazem seus vocais originais, editados e mixados a la moda cubana, com muito swing latino. Clocks, do Coldplay, ganha uma versão totalmente dançante nos instrumentos dos talentosos cubanos. A seleção mostra seu ecletismo no sempre cool Jack Johnson, que soa como uma deliciosa balada latina para se curtir junto ao por do sol de Havana. Dancing Shoes, dos cultuados Arctic Monkeys, fica turbinado com maracas e afins, e vai bem acompanhado de um mojito bem gelado.

Nesse giro musical, até os irlandeses do U2 ganham seus ares caribenhos, com uma versão latina dançante de I still havent found what i am looking for. She Will Be Loved, do Maroon 5, Modern Ways, dos Kaiser Chiefs, Franz Ferdinand, Radiohead e One Step Too Far, da Dido completam o giro pop do disco, que segue em clássicos impagáveis, como As time goes by. Sim, a clássica música romântica que inspirou casais à sobra do eterno casal de Casablanca, ganha sua versão latina na melancólica voz de Ibraim Ferrer, líder do Bueno Vista Social Club. Porém é Killing me softly with his words que emociona tanto quanto o original, tal qual um bolero argentino, de forma a confundir os mais afoitos de tão boa que ficou a versão em espanhol.

De todas as formas, esse álbum marca a transição do Buena Vista Social Club, que sai do seu gueto caribenho e mira mais alto, no gosto da nova geração, fazendo a composição de estilos procurando provar que está apto aos novos tempos e novos desafios, tal qual o cultuado Supernatural, que transformou o virtuoso guitarrista Carlos Santana em estrela pop internacional. Que a mesma sorte acometa os excelentes músicos cubanos. Muita VIBE e até a próxima.

VIBE HINTS: Ainda nos ecos do SPFW, coloque seu DJ favorito para tocar no seu iPod. Uma boa pedida é Mocean Worker, ou mesmo a trilha sonora do Diabo Veste Prada.

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