quarta-feira, 14 de julho de 2010

O que é ser Rock?

Ontem celebramos o dia mundial do rock n roll. Nenhum outro gênero de música tem seu dia mundial. E diversas páginas trouxeram matérias especiais, qual o melhor riff, quais os melhores pubs e coisa e tal. Mas nenhuma abordou o que é ser rock.

O rock, dentro de sua grandiosidade, talvez seja o gênero com fronteiras mais flexíveis e movediças que há. Você sabe o que é sertanejo. Não tem dúvida do que é country ou dance. Mas todo mundo já ficou em dúvida sobre o que é rock e o que não é. E a razão é simples: o rock é metade objetivo e metade subjetivo. Explico.

O rock é objetivo quando você pensa na formação básica: guitarra, batera e baixo, podendo o vocal ser à parte ou geralmente incorporado pelo guitarrista. A conhecida Santa Trindade do rock. À essa formação básica, você pode acrescentar outra guitarra, um piano, sintetizador, banjo, bongo, back vocal e o que mais a imaginação permitir. Mas raramente será uma banda de rock sem a trindade.

Mas o rock também é subjetivo quando não trabalha com definições de estilo, velocidade, cadência ou ritmo. Rock é essencialmente sentimento, atitude, pegada. E essa indefinição traz aparentes inconsistências quando comparamos as bandas rock de diversos momentos: Beatles, Stones, ACDC, Doors, Jerry Lee Lewis, Hellacopters, Kiss, Runaways, Dire Straits, Queen, Dream Theater, Clapton, Ramones, Green Day, Queens of Stone Age, Hendrix, Dylan, Led Zepellin, NOFX, Elvis, Scorpions, Metallica. Qual a única coisa em comum entre essas bandas e cantores? São rockeiros. E isso basta.

Por isso o rock tem tantos subgêneros: Hard rock, punk rock, glam rock, rock progressivo, classic rock, heavy metal, white metal, emocore, folk rock, pop rock, rockabilly. Claro que essa permissibilidade traz alguns oportunistas, como o ridículo caso em que os backstreet boys disseram que eram uma banda rock. melhor deixar para lá.

Entendendo o subjetivo: rock é rebeldia. E rebeldia não quer dizer agressividade. Quer dizer inconformismo. Vontade de mudar as coisas. Vontade de mudar o mundo. Vontade de quebrar a rotina, ser algo diferente do que esperam que você seja. Rock não é modismo, razão pela qual essas bandas emos querem ser rock, mas não são. Rockeiros podem ser adorados, bandas de rock podem ser idolatradas. Mas quando caem na mesmice, esmorecem. Perdem vida. Viram POP. Veja o Green Day e o Offspring, ou o U2 e o Aerosmith. Se renderam ao mainstream, viraram parte do sistema.

Não importa do que você gosta. Você tem que querer mudar o mundo. E se isso faz sentido para você, feliz dia do rock.

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