quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Por que as bandas se separam?

Esses dias o Blur se separou de novo. O Oasis disse que continuará sem o Noel. Até aí nada de novo. Mas por alguma razão vim pensando no assunto ao vir para o trabalho hoje.

Para entender o rompimento, nada melhor do que entender a formação. Ainda que cada banda tenha a sua história própria, pessoal e indivisível, existe uma formação tida como a tradicional para um banda: a banda de garagem. Essa formação é basicamente simples: amigos, ou meros desconhecidos que casualmente saibam que outros toquem, se juntam na garagem de um dos integrantes para formar, ou tentar formar uma banda. após um tempo de prática, a banda desenvolve um repertório, que pode ser inteiro próprio ou cover, mas é geralmente mesclado, e começa a tentar encontrar lugares para fazer bicos e começar a descolar alguns trocados. Depois é juntar grana e gravar um cd demo. Já foi fita demo e acho que agora passou a ser página-no-my-space-demo.....rs. E depois pode ser o estrelato, o anonimato, ou qualquer lugar no meio.

Pois bem, uma coisa fica clara: o começo é uma grande aventura. curtição. Dá para ver isso no filme Rockstar. Só que depois os egos inflam. As influências e os rumos musicais mudam. A estrada cansa. As brigas se sucedem. As diferenças de caráter e personalidade viram barreiras intransponíveis. Alguns membros mudam demais, outros de menos. O vocalista chega à conclusão de que ele que faz todo o trabalho, que é melhor que todos e resolve partir para a tal da carreira solo, esquecendo como chegou lá. Ou, o que é pior que tudo isso: vira mesmice, cai na rotina, como pode acontecer com todo relacionamento humano.

O que evita o rompimento? Ponderação. Calma. Paciência. Respeito. Consciência de que o que foi conseguido foi graças a um esforço coletivo, ainda que individualmente sempre vai haver um que se destaque mais do que os outros (ou dois, como os Stones). Não deixar a fama subir à cabeça é fundamental nesses momentos. E às vezes, como o Linkin Park faz com muita habilidade, dar um tempo. É, eles vão tocar outros projetos por uns 6 meses e depois voltam, oxigenados e descansados uns dos outros.

Às vezes penso como seria bom se as bandas que a gente gosta não se separassem, mas também isso seria negar a razão pela qual elas se formaram em primeiro lugar: aquele sentimento imortal de rebeldia e rejeição pelo mundo como ele é.

Música do dia: My band - Eminem

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