Pode guardar seus sapatos de dançar, meu caro leitor, minha adorada leitora, pois Humbug, o terceiro álbum dos adolescentes fluorescentes do Arctic Monkeys é uma decepção.
E me dói escrever isso, pois sou fan de carteirinha da banda, grande defensor do som dos garotos que lançaram seu 1 disco em 2006 e o segundo um ano depois, que teve a faixa Brianstorm tida pela Rolling Stone como a faixa de abertura mais explosiva desde Smells like teen spirit. Os 2 anos que se passaram desde então parece que envelheceram a banda precocemente.
Ainda que seja um álbum curto, de 10 faixas rápidas e aproximados 39 minutos, falta à faixa toda aquela energia presente nos discos anteriores, aquele som que beirava o descontrole, e flertava com uma rebeldia adolescente tardia, debochada nas músicas mais calmas, opressora nas mais enérgicas. Agora falta graça, falta sal, pimenta ou açucar.
Os arctic monkeys esboçam ser eles mesmos na quarta faixa, Secret Door, mas fica só na ameaça, pois a faixa que mais parece com o som que os consagrou está na faixa que encerra o disco, The Jeweller´s Hands. Até os nomes das faixas deixaram de ser provocativos para lembrarem aquelas baboseiras das músicas de bandas medíocres como Nickelback e afins.
Digo mais. Se perderam a energia e o vigor, não ganharam a cadência que bandas como Strokes ganharam com o passar dos anos. Se esse fosse o álbum de estréia, certamente não haveria um segundo álbum, ou fans mundo afora. É como um dever de casa mal feito, como se eles tivessem que entregar correndo. Parece que o primeiro disco foi escolhido a dedo para agradar, o segundo foi a parte ousada que ficou de fora do primeiro, e o terceiro tá com cara de ser trabalho encomendado por produtor chato empregado da gravadora.
Precisamos de mais hits como dancing shoes, quiet riot, brianstorm, fluorescent adolescent, i bet you look good on a dance floor. Por favor, esqueçam essa baboseira e voltem a ser quem vocês eram.
Música do dia: Fluorescent Adolescent.
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