segunda-feira, 13 de abril de 2009

Retorno da Praia Grande e o funk pancadão

Esse feriadão fui para a casa de amigos na Praia Grande, Litoral de São Paulo, e lá ví imagens que queimaram a minha retina e que me deram boas razões para beber minha cerveja de olhos bem fechados, tal qual uma criatura do tamanho do JABBA, the hut, de bikini fio dental, com um coração estampado na carroceria.

Fato é que a trilha sonora acompanhou o visu primoroso: estávamos cercados não de pagode, nem axé, nem techno, conforme a praia, mas sim o podre funk de padaria, o que me levou a refletir sobre o assunto.

Ainda que eu não goste, eu entendo porque as pessoas gostam de axé. é alegre. eu entendo porque as pessoas gostam de samba. tem uma raiz cultura. eu até entendo porque as pessoas gostam de pagode. tem a ver com o estrato social ao qual as pessoas pertencem, e a música reflete a realidade deles, tal qual o sertanejo reflete a realidade dos violeiros, dos interioranos, etc. Mas DEUS DO CEU, por que, as pessoas ficam ouvindo funk casualmente?

Ok, um leitor mais .....hum....qual a palavra? descolado? sem noçao? sem bom senso? sem gosto?........enfim, algum leitor pode me afirmar que funk é legal de dançar no morro, nos bailes, com as mulheres rebolando em poses ginecológicas que até a Sylvia Saint tem dificuldade em fazer.....beleza. Embora eu não compartilhe da opinião, eu até posso entender em um esforço de pensamento.

Mas absolutamente nada justifica alguém sair no carro velho rebaixado, pelas ruas da cidade, com funk "pancadão" e dizer que aquilo é legal, ou bom som, ou divertido. aquilo está para a música assim como a dor de dente está para o mundo das carícias apaixonadas. Não dá para engolir. TODAS as criações são iguais, todas com a mesma pobre batida, todas com aquela voz de taquara rachada e todas impublicáveis.

Alguém tem uma boa resposta para isso?

Música do dia: Aquarela - toquinho.

4 comentários:

Unknown disse...

caro dj, entendo a sua consternação perante o ritmo mencionado (no caso o funk), creio que ao fazer esse relato o srº nao tenha se aprofundado no assunto, até pq em nada iria acrescentar em seu "curriculo". Mas vejamos, o funk assim como os outros ritmos mencionados tambem tem a sua história e a sua razão de existir. começou nos morros cariocas e hj se ouve funk em todos os cantos do Rio de Janeiro, até mesmo na zona sul !! Por tanto nao entendi muito bem o seu espanto em ouvir o funk sendo tocado na cidade de Praia Grande. Bom, nao vou me alongar, o que quero que o senhor entenda é q devemos respeitar as opiniões e preferencias de cada um, pois assim como o senhor nao suporta funk, outras pessoas tambem detestam o Toquinho (me refiro a esse cantor, pois estou vendo que a musica do dia é justamente do referido). Estamos em um pais democrático e totalmente eclético graças a deus, a nós so resta saber respeitar e enterder. Junior - Praia Grande/SP

Benedito Villela disse...

Caro Jr.:
Publiquei seu comentário porque esse, de fato, é um país livre e de livre opinião, e são opiniões divergentes que enriquecem qualquer conversa. Mas necessito ratificar algumas de suas conclusões:

1) Pelo contrário, me aprofundei sim. Leia o livro TODO DJ JA SAMBOU e vc tbm vai se aprofundar. é uma hisória de luta e de garra, oriunda do soul americano. Pena que tenha desvirtuado.

2) O fato de ser ouvido em vários lugares não qualifica nada como bom: muitas vezes é o contrário. E acredito que o RJ tenha muito mais riqueza musical do que o seu comentário faz supor.

3) Eu adoro funk DE VERDADE (ouvir funk como le gusta). não suporto funk de baixaria. Não há nada para se gostar em algo que só diminui, ofende, estigmatiza e só diz baixaria.

4) Não sou fan de mpb, pelo contrário. só admiro o toquinho, mas nem tenho nenhum disco dele. Pode odiar ele a vontade que não me ofende nem chateia.

Aproveitando sua deixa, te faço um convite: me explique por qual razão você gosta de funk. o que te atrai, o que te faz ouvir isso, e preferir isso a outras músicas?

Prometo publicar seu comentário na íntegra.

obrigado por postar.

Tiago Gordo disse...

Acho que realmete vc não se aprofundou, pois disse que é tudo igual /9ouvir Duda do borel)....
Eu consigo escutar Toquinho e sem preonceito ouvir o trampo desses mulekes da praia grande que inclusive tá inspirando melodias dos próprios cariocas que inventaram o funk.
Outra parte que me mostra que vc num se aprofundou foi quando compara Funk como legusta com o funk carioca, sçao visivelmente duas versões díspares...mas não se pode afirmar qual a melhor, até porque o funk carioca é muito mais acessível tanto para ouvir quanto para assistir shows e até criar...tem muleke fazendo as batidas em lun houses mas num tem gente comprando trompete a vera pra fazer original funk
liberdade pra todo e qualquer estilo sem hipocrisia!!!
Prefiro ouvir o funk da praia grande com todas as coisas que tu critica do que ouvir o luan santana !!!

Benedito Villela disse...

É isso ai Tiago, obrigado por sua opinião.

É o que eu digo, aqui o espaço é público, querendo deixar sua opinião sem ofender, será sempre bem vindo inclusive quando discordar do autor do Blog!

Vou ver se depois posto algo sobre a acessibilidade da música, um ponto bem legal levantado no comentário do Tiago.