quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Skindun-le-le

Bom, vem chegando o carnaval, para provar o oposto do lema lulista propagado a quatro ventos, que o melhor do Brasil é o Brasileiro. Não é.

O Carnaval deixou de ser sobre a música. Hoje as escolas de samba, especialmente com o falecimento dos cartolas e dos jamelões, montam uma estrutura de guerra, para agradar a gregos e troianos, ou melhor, americanos e europeus, chegando, inclusive, a vender seus enredos do ano para grupos privados.

Onde estão as marchinhas? ninguém mais sabe o que é carnaval de clube. se você vai a um clube tem que ouvir poposudas, thuthucas e qualquer lixo da moda. Saudades dos tempos em que as pessoas cantavam:

"hoje vou tomar um porre, não me socorre, que eu to feliz..." ou então

"doutor, eu não me engano, meu coração é corinthiano", sem falar da clássica

"olha a cabeleira do zezé, será que ele é, será que ele é", entre tantas outras.

Reconheço. Nunca fui fan desse festejo popular. Perfeito para mim seria um festival igual ao woodstock, todo ano na mesma época. Rock, lamaçal, fazendas, liberdade, rebeldia. 30 anos desse momento único que não vivi.

Já passei carnaval viajando. Bebado até cair.
Já passei carnaval em clube. Morto de tédio, a ponto de pular na piscina para ter algo para fazer e depois ainda ouvir a mae de uma amiga dizer: nossa, como você ta suado......
Já passei carnaval na minha terra natal, no bloco da lata, zoando pela cidade, totalmente deslocado.
Já passei carnaval na casa de um amigo, enchendo a cara de cerveja barata e ouvindo punk rock o dia todo.
Já passei carnaval em outro clube, fazendo aposta de quem tomava mais fora e catava mais mulher. Eu ganhei com 30 foras e 1 beijo.

Percebam das minhas narrativas que nada envolve música, cultura nacional ou resgate da minha identidade tupiniquim. Envolve alcool, libertinagem e desculpas esfarrapadas para fazer bobagem. Hoje em dia simplismente curto meu rock nessa cidade que fica tão fantástica sem metade de seus habitantes.

Policiais montam esquemas de guerra. As mortes nas estradas triplicam. Nas cidades de interior o vandalismo em todas suas formas impera. No nordeste o turismo sexual internacional é alavancado. E no RJ, bem, o RJ se transforma em sodoma e gomorra. E olha que não sou do tipo carola.

Como eu disse, o pior do Brasil é o brasileiro, que oferece suas mulheres para os gringos em troco de algumas verdinhas, cheira todas, toma todas, mata e morre nas estradas e tudo pelo que? Parece que tudo acontece como uma forma de extravasar os abusos do governo, o salário pequeno, a insatisfação amorosa, a raiva do chefe, o pouco tempo para fazer o que gosta, as brigas de família.....afinal de contas, se eu transar com 47 pessoas e me acabar de tanto alcool e drogas isso CERTAMENTE vai fazer meus problemas desaparecerem....tsc tsc......

Saudades do tempo em que as pessoas simplismente beijavam a pessoa errada no baile e não transavam com o baile inteiro na sarjeta, entorpecidos e sem nenhuma alegria.

Acho que é esse meu ponto. Acabou a alegria, sobrou a libertinagem pura e desmotivada.

Skindunlele para todos.

Música do dia: uma marchinha, livre escolha

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