terça-feira, 9 de setembro de 2008

Meio século dos pais do POP

Boa tarde queridos leitores.

Agosto e setembro de 2008 estão sendo meses festivos, pois os dois pais do POP estão fazendo 50 anos cada. Para aqueles que não sabem do que estou falando, estou falando de Madonna e Michael Jackson.

E porque o título? Bom, se Elvis é o rei do rock, Freddy Mercury é a "rainha" do rock, os beatles são os reis do ieieie, o título da realeza deveria ficar com a polêmica dupla citada acima. Poderia chamar de os Reis do pop, mas entendo que mais do que ser Rei, é ser Pai, é originar, criar, desenvolver.

Reza a lenda que o primeiro clipe da MTV é da Madonna. Tosco, obviamente, como não poderia ser diferente, lá pela década de 70 e lá vai vitrola. Acho que isso resume bem do que estou falando.

Eu realmente pensei em escrever uma coluna sobre cada um, mas daí cairia na mesmice que todo, TODO site já caiu, trazendo biografia, discografia, e o mesmo blablabla com roupagem diferente. Preferi então trazer eles como dupla soberana que reinventou toda uma geração e revolucionou a cultura POP. E digo cultura e não música porque foram turnês, brigas, clipes, coreografias que influenciaram centenas de artistas que os seguiram.

Michael já era prodígio desde menino. Em seu tempo de Jackson Five, o caçula da família era o bonitinho, o engraçadinho e sem dúvida, o mais talentoso de todos os cinco irmãos. cantava, dançava e encantava o público. Me lembro até hoje de uma série de tv que contava a história da família. aquilo me chocou. coisa triste, o pai que abusava da mulher e dos filhos, os quais tinham que treinar até 10 horas por dia para não apanhar. Exaustão até alcançar a perfeição, nada menos era exigido daquela família, sempre sob os holofotes da mídia.

E chegaram os anos 80. wow. Já sozinho, Michael estourou....em todos os sentidos. Suas músicas eram sensações, sempre na parada de sucessos, sempre no topo, o que depois se transformou no album Michael - the number ones. A cada canção, um ritmo, uma sensação nova. A cada clipe, um efeito, uma história, uma inovação. Thriller com sua tendência apocalíptica, noturna, aterrorizande. Bad retratando o clima hostil das guerras de gangues, visual total Hellboys, a antiga Los Angeles. Smooth Criminal, meu favorito, com aquele clima noir, misterioso, trazendo a atmosfera dos clubes e cabarets dos anos 40. Cada clipe novo era um frisson, até aqui passava no fantástico.

Isso sem falar das coreografias....quem não se lembra de moonwalk? o passinho deslizante que toda criança já imitou...ou tentou. Smooth Criminal traz uma das melhores coreografias de todos os tempos, com um jogo de câmera impecável. Toda vez que revejo o clipe tenho vontade de fazer Cinema só para aprender como fazer aquilo. Meu Deus, como o cara era bom, aquilo era Pop de verdade, depois corrompido por boy bands e afins, com coreografias esdrúxulas e historietas ridículas, sem chegar aos pés do que MJ havia feito.

Chegaram os 90, a consolidação e a derrocada. Depois de black or white, música extremamente simbólica, MJ não era mais negro. era branco, alvo, descolorado. e depois sem nariz. a personalidade se dissolvia, multifacetada, no garoto negro bom dançarino, que ficou igual a um branco rico, comprou chácara, chamou de terra do nunca. e nunca mais foi o mesmo, vivendo da gloria do passado sem saber direito quem era, cercados de denuncias de ações judiciais e reportagens feitas para se vangloriar às suas custas. finalmente os abusos sofridos na mão do pai cobravam seu preço, sob os incessantes microfones e câmeras. falência. acusações infundadas. E a virada de século vem, prometendo redenção, com os 25 anos de thriller e parceria com Will.I.Am, gênio do black eyed peas. Seu som continua tão atual que Audioslave regravou Billie Jean, acustico. Os fallout boys tambem fizeram beat it, assim como alien ant farm regravou Smooth Criminal. MJ é eterno.

Já Madonna chocou, quando as pessoas ainda podiam ser chocadas. Like a Prayer, de 89, trazia um Cristo negro, sendo marginalizado de forma incessante. como aquilo revoltou a igreja. E a fase Erotika, na qual ela fazia coreografias indecentes e libidinosas com seus dançarinos, de forma tão intensa, que confundia realidade e fantasia? Como uma verdadeira Camaleoa, Madonna trocou de cores, de estilos, de make-ups e hair-styles. E o que era balada, virou dance, virou pop, virou trance, virou eletro, virou lounge, virou tudo. Sempre na moda, sempre Vogue, sempre influenciando com suas roupas e seus figurinos, nunca errou na estratégica, que a médio e longo prazo se mostrou impecável. Na alta, plantava as sementes para as baixas, deixava turnes preparadas, enquanto criava. Virou mãe. virou modelo. A Camaleoa não parava, não parou, não sei se parará. Confessions on a Dance Floor foi o melhor cd do ano de 2005. Parcerias inteligentes com artistas que estavam na crista da onda serviram para dar continuidade ao seu legado. Eles passam, ela não. A última foi com Justin Timberlake, ex-boy bander, atual queridinho do mundo da música, segundo alguns sucessor de MJ. 5 minutes é a balada da vez, com o estilo de Justin e a força da Madonna. Os 5 minutos dele estão durando anos, os dela, décadas. Tanto é que lota show no Brasil a 250 reais o ingresso. muita grana para mim, dá para comprar a discografia e a dvdteca inteira dela.

Por essas e outras que esses dois são únicos, inesquecíveis. Inigualáveis, pois até agora ninguém conseguiu roubar seus lugares, pois sua fama é merecida, seu talento indiscutível. para quem gosta e para quem não gosta. sonho mesmo seria ver esses dois compondo e gravando juntos....na minha humilde opinião, eles devem isso à música.

Música do dia? Hoje serão duas: Smooth Criminal, em homenagem aos 80 e Sorry, pelos dias de sucesso intermináveis atuais.

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