Em 11 de maio de 1981 morria aos 36 anos Robert Nesta Marley. Mas seu legado permanece mais vivo do que nunca. Além de ter atingido a máxima expressão musical do Reggae, popularizando o som da Jamaica pelo mundo afora, ele também foi responsável por hastear e defender algumas bandeiras ideológicas, em especial a do Movimento Rastafari: movimento ideológico-religioso criado na década de 20 que prega a irmandade, a comunhão com a natureza, a força dos africanos e o uso da Mac, com base em interpretações próprias da Biblia cristã, tem em Jah seu Deus, lembrando que ele dizia que se Deus (Jah) criou a Mac, ela não podia ser do mal, e era usada para fins religiosos e ritualísticos. Os rastafáris usam Dreadlocks (cabelos trançados em tufos enrolados) como afirmação de sua crença, e rápida identificação com o público do reggae por serem a marca Registrada de Bob Marley.
Musicalmente, Bob Marley foi único. Poucos estilos musicais podem ser simbolizados por uma única pessoa como o Reggae. Durante quase 20 anos de carreira, ele foi o Reggae e o Reggae foi ele. E suas músicas se espalharam, ganhando outros ritmos e até outros formatos, como a poesia. Clapton tornou famosa I Shot the sheriff, e chegou a viajar para a Jamaica para gravar lá, ficando impressionado com o uso constante da Mac, não com fins alucinógenos, mas sim sociais, condizentes com o que é pregado no som reggae, lento e reflexivo.
Legend certamente é o álbum mais importante de Bob e um dos marcos do Reggae, e até hoje surpreende pela sua atualidade e qualidade. É quase um Best-Of, sinal da força do músico. Para citar alguns dos clássicos do reggae-man, temos I shot the sherrif, no woman no cry, baby i Love your way, buffalo soldier, could you be loved, everythings gonna be alright, is this Love, jammin, knocking on heavens door, one Love, redemption song, entre tantas outras....ufa!
Percebe-se claramente nas suas músicas, um discurso de paz, amor e liberdade. Não por acaso as suas canções se tornaram, gradativamente, hinos de liberdade, usados em movimentos e filmes. E é fácil entender porque, basta ver a letra de Redemption Song e One Love.
O engraçado que sempre tive preconceito por conta da indissociável apologia das drogas e da sujeira da figura, mas vendo o filme Eu sou a Lenda, o protagonista fala das letras, que acabam fazendo parte da trilha, e essa contextualização foi suficiente para causar uma curiosidade maior do que o preconceito. E desde então Legend figura entre meus 10 álbuns favoritos, sempre me acompanhando em viagens para a praia ou quando preciso relaxar.
Música do dia: Redemption Song
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