Chirs Martin mostra toda sua evolução como cantor e entrega show maior que todas expectativas
Foi uma missão árdua comprar ingresso para o show do Coldplay. Até notícia sobre o pedido por um show extra eu fiz. E novamente não consegui comprar. Eis que caiu na minha mão um par de ingressos de um amigo que não podia ir. Poucos dias antes. E em um ano que vi Metallica, The Who, The Cult, Jethro Tull agora seria completo pelo show do Coldplay, o mais concorrido de todos. E isso com apenas um ano passado desde a última apresentação.
E valeu cada minuto e cada segundo. Queria entender o que aconteceu com Chris Martin. Notório peixe morto de placo, de um tempo para cá seus álbuns ganharam vida, sua música ganhou cor. E sua apresentações viraram show, em todos os sentidos.
Foi isso que São Paulo viu nessa noite de novembro. Um show para ficar gravado na retina e na memória dos milhares de presentes, de todas as idades. Foram muitas as declarações de amor à cidade, passando pelas necessárias frases clássicas ensaiadas em português de gringo, ou o uso da bandeira. Mas a banda foi além. Compôs uma música, em tom de bossa nova chamada Paulistano, e tocou ao ritmo de My Way de Sinatra, homenageando São Paulo, Rio e Porto Alegre. Gringos espertos. Nada tão significativo como fazer de São Paulo o site de gravação de um filme/documentário da banda. E para isso tinha que ter efeitos. E que efeitos.
Na entrada foram distribuídas pulseiras. Uma vez começado o show, as pulseiras ganhavam vida. E os expectadores viravam coadjuvantes do espetáculo, pois brilhavam em todas as cores, sincronizadas música a música. Canhões de luz de última geração, um palco de três posições e um telão bem explorado faziam do show uma exeibição em três dimensões. Ou melhor, quatro, pois além do flashmob de balões amarelos para a música yellow, balões enormes, chuvas de papéis picados e uma grande queima de fogos trouxeram toda a sorte de efeitos para um show inesquecível. Mas isso de nada valeria sem música boa.
Pouco mais de duas horas de show trouxeram os maiores clássicos, de diferentes fases da banda, com direito ao baterista Will Champion cantando In My Place. As demais músicas foram devidamente entregues por Chris Martin com dedicação, tocando avidamente como se fosse a primeira vez. Ou a última. Pulos e peripécias, declarações de amor e de pesar aos recentes atentados mundo afora, ele fez de tudo. Até endossar dois casais nubentes. Santo Chris, parecia um adolescente em sua garagem. Viva La Vida, Paradise, Something like this, A Sky Full of Stars e minha favorita Hymm for the Weekend, foram muitos os pontos altos.
Coldplay em São Paulo nesse ano de 2017 foi mais que um show. Foi uma aventura de toda uma vida. Quem não foi, perdeu.