2 de Agosto de 2014 - sábado, o último final de semana do Festival de Inverno de Campos do Jordão. Em uma viagem romântica, a decepção pairava no ar. muita gente que achava que a cidade lhe conferiria status, mas não tinham idéia como se portar. é como se o público cativo de Praia Grande de um feriado prolongado tivesse caído dentro de seus armários e se dirigido de kombi à até então bela cidade próxima ao Vale do Paraíba. Contudo, hotel (bem) pago, era necessário tirar o melhor da situação. Após um excelente jantar em um belo restaurante, o capivari fervilhava em um noite fria. e chegava aos ouvidos uma música arrebatadora, no delicado e incisivo tom feminino. Como não havia pressa, uma parada estratégica em frente a um bar - confraria dos cervejeiros. Uma boa música pode ser sorte de principiante. Duas. Três. ok, entramos e conseguimos uma mesa em frente ao palco.
Uma bela jovem comandava o show. Nathalie Alvim. Encantava a todos, trazendo uma nova luz â canções celebradas por décadas. Demorei a entender que não se tratava de um cover, mas de uma nova interpretação, que ia tecendo sucessos, um a um, de todos os tempos, passando por whitesnake, amy winehouse, beatles, elvis, alanis, aerosmith, stones, e o tempo voava, e o público queria mais, até que chegamos ao inevitável intervalo. Aproveitei e comprei um cd, com uma atenciosa dedicatória para nós e tirei uma foto, que hoje tenho certeza que um dia vai impressionar os mais jovens. Eu estava diante do talento quando encontra a determinação. Como diriam os americanos, ela era "the real deal".
Queria escrever imediatamente sobre a experiência, mas como toda vez que encontro algo muito interessante, não acho as palavras. e passaram-se semanas, até que eu vi a apresentação dela no The Voice, da rede globo. E fiquei sabendo que não era sua primeira participação, e que ela insistiu e voltou, ao que parece, melhor do que era, com mais suingue, com mais força. Resolvi fazer como ela e aproveitar a segunda chance. Vi a apresentação, ouvi novamente o CD e encontrei as palavras para escrever aqui hoje.
A música jovem brasileira tem sofrido muito, não tem mais rock, não tem mais rebeldia, só existem bandinhas que colocam uma guitarra para pesar o pouco mais o pop. E daí ver a Nathalie cantando com personalidade - até coisas extremamente arriscadas como Dream On do Aerosmith (precisa de coragem para isso, por favor não faça no The Voice) - foi revigorante, de cantar junto. Presença de palco, simpatia, um vozeirão potente, excelentes escolhas de canções e uma interpretação toque soul que me remetem a Joss Stone, Nathalie Alvim é a deliciosa mistura de uma alma jovem ao bom e velho Rock n Roll. Mal posso esperar por suas canções originais. RECOMENDO!
